quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quase no limite


No meio da festa, exausta, não sabe se vai conseguir.
Os pés doem, os olhos ardem, a garganta só quer tossir.
Bebe um gole, traga fundo, jejua como um faquir.
Mais uma noite perdida, mais um castelo a ruir.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Quase faxina


Dispenso as inutilidades:
objetos empoeirados, vestidos apertados, rancores mofados.
Despida do que não me serve mais,
arejo a casa e afofo os sofás:
ainda há muitos capítulos à minha espera.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Quase libertação

Planos para o ano novo:
cortar a etiqueta que levo grudada ao corpo,
rasgar em mil pedaços o manual dos bons costumes
e encher meu prato de sabores proibidos.
Alguém está servido?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Quase síntese

Não sou chegada a nostalgias,
mas também não faço planos pro futuro.
O tempo me prega peças, traiçoeiro,
e me mantém correndo atrás de algo que nem sei.